Quando comecei meu caminho na Umbanda – E lá se
vão mais de trinta anos - fiquei curioso ao saber que havia um pai no santo em
meu bairro que incorporava uma pomba-gira. Como estava no inicio do
desenvolvimento e não conhecia absolutamente nada, fui, obviamente, perguntar a
minha mãe no santo se aquilo era possível. Ela me olhou com um sorriso irônico
e lançou um olhar malicioso à mãe pequena que assistia a conversa e disse: -
Homem que incorpora pomba-gira é, foi ou será gay! (Não foi essa a palavra usada,
nesse tempo a pecha era outra, mas vou poupá-los de mais essa ignorância).
Pois bem, em giras de esquerda sentia sempre uma
vibração muito diferente quando se cantava para as moças, mas morria de medo de
incorporar e ficar com a fama. Algum tempo depois por variados motivos que não
vêm ao caso, retirei-me dessa casa e fui muito bem recebido por um outro pai no
santo que foi quem entregou meu decá. Este, era um estudioso da lei e
mostrou-me toda a verdade, foi pelas mãos dele que incorporei minha primeira
pomba-gira.
Fiz todo esse prólogo para tranqüilizar aqueles
que, como eu, na época, ainda guardam esse tipo de preconceito. Na Umbanda
temos a obrigação de entender que as entidades e os orixás são energias que
podem ser femininas ou masculinas, mas o sexo em si, não existe. É evidente que
se no mundo material existem homens e mulheres, no astral isso também ocorre
para que haja a perfeita hegemonia universal. Mas nunca, guardem bem isso,
nunca uma entidade irá interferir na vida ou opção sexual de um médium.
Hoje passados tantos anos do fato que citei, me
arrependo muito de não ter perguntado a ela: - Então a senhora é lésbica? Pois
incorpora, exus, caboclos, preto-velhos e mais uma porção de homens.
Infelizmente não tive oportunidade de fazer a pergunta, mas faço a você, médium
que está lendo este artigo. Alguma vez você viu alguma mãe no santo ser tachada
de haver se masculinizado já que incorpora tantos espíritos masculinos? Eu
mesmo respondo. Não!
Vejam como o preconceito existe até em nosso meio.
A última coisa que interessa a qualquer entidade seja de que energia for é sua
opção sexual. E ela jamais afetará ou mudará nada em sua vida apenas por estar
usando seu corpo para a caridade. Existem, e muitos, médiuns homossexuais, mas
não foram levados a essa opção por espírito ou orixá algum. Já chegaram à
religião dessa forma e como a Umbanda ou o Candomblé não têm por hábito julgar
ninguém, sentem-se em liberdade para mostrarem-se como são.
Acontecem muitos casos de exageros, isso nenhum de
nós pode negar. O médium, sendo consciente, libera mais seu lado feminino
quando nessas incorporações. Isso, porém é um fato que cabe a cada pai ou mãe
no santo conter para que não se ultrapassem limites. No mais, vamos acabar com o
preconceito e com os ensinamentos errados que muita gente como aquela mãe lá do
inicio continua impingindo aos médiuns iniciantes. Insisto para que todos
aceitem suas entidades da forma como elas vêm, com a roupagem fluídica que
tiverem e seu caminho na lei será mais leve e produtivo. Chega de mentiras
forjadas para o bem de alguns!
Por: Luiz Carlos Pereira .
CONCORDO COM VC MEU IRMÃO, TRABALHO COM ESSA ENTIDADE, MAS NUNCA ACONTECEU NADA DE DIFERENTE NA MINHA OPÇÃO SEXUAL, SOU CASADO TEBHO DUAS FILHAS E NADA DE MAIS, MUITO PELO CONTRARIO, ME SINTO MUITO BEM APOS TRABALHAR COM ESSA ENTIDADE, MUITA LUZ A TODOS. JOSE CARLOS ARARAQUARA SP.
ResponderExcluirOi meu nome é leandro sou medium e que evolui.... Procurrru um terreiro de umbando ou canb.... Em são luis do maranhão se vcs puderem. Me ajuda .... Me mandem muito obrigado axé...
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