"Por
ser atributo do ser espiritual a mediunidade é faculdade que o acompanhará onde
quer que este se encontre. O médium não só o é nos dias e instantes que
antecedem o fenômeno durante as sessões de um terreiro – essa condição se faz
presente vida a fora, dia-a-dia.
Muitos
filhos se esquecem dessa particularidade e quando saem do terreiro não se
lembram dos ensinamentos repassados pelas entidades.
Se
um médium é dócil, gentil, educado, fraterno em suas atitudes não o deixará de
ser após as sessões; da mesma forma que se a hostilidade lhe molda a
personalidade em seu cotidiano, essa característica apresentar-se-á na sua
conduta como médium, muito embora conte com toda amorosidade, disciplina e
seriedade de sua Banda.
É
comum vermos na lida diária a despreocupação dos médiuns em cultivar a
serenidade, a paz interior e a gentileza natural.
E
aí o que acontece?
Acontece
que muitas entidades que lhe seguiram os passos após a sessão precisando de
seus exemplos no bem a fim de entenderem o significado da palavra caridade de
forma materializada, verão ruir por terra toda aquela aparência de bom moço e
então na próxima sessão o médium chegará ao terreiro não se sentindo bem e
normalmente alegará que está com algum "encosto" a lhe perturbar e
que precisa de ajuda da corrente, pois na última semana nada em sua vida deu
certo.
Também
pudera! Esqueceu que seu compromisso não é só no terreiro e se permitiu
envolver com energias densas em ambientes não tão saudáveis a sua manutenção de
bem-estar. E o que é pior: ainda fala que a culpa foi de seu Exu ou de sua
Pomba Gira que não o protegeu! Como coisa que sejamos babás de plantão e não
tenhamos serviços a executar.
Há
ainda alguns que dizem: "mais eu faço tudo certinho tomo meus banhos,
acendo minhas velas, firmo minha Banda e só vivo atrapalhado!" E cá de
minha parte vou dizer que assim esse médium continuará até que perceba que a
Umbanda faz caridade e não milagres! Que a Umbanda mostra o roteiro, porém quem
tem que trilhar são os filhos. Que nela não há facilitações muito embora não
existam impossibilidades – desde que se queira melhorar – afinal de contas por
que vocês médiuns estão na Terra em um corpo físico? Já pararam para pensar
nisso?
Não
pensem vocês que estou querendo colocá-los numa postura de santidade. De forma
alguma! Pois lugar de Santo é no Céu e lá a lotação já está pra lá de esgotada
ou então em oratório.
Só
estou querendo mostrar que nada passa despercebido à lei do Todo Poderoso e que
não adianta colocar máscara de bonzinho porque com o tempo essas se desfazem.
Não
passem a culpa de seus mal-estares às entidades. Não coloquem vossas
responsabilidades em nossos ombros e façam a vossa parte, porque a nossa já o
fazemos.
Ou
vocês duvidam disso?
E
então meu filho em qual Encruzilhada iremos nos encontrar? Em qual delas vou te
buscar?
Saravá
aos filhos dessa Banda!"
Autoria
Espiritual: Maria Padilha das 7 Encruzilhadas - Médium: Mãe Luzia Nascimento
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