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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Depressão, Uma Visão Espiritual


 Desde o passado longínquo autoridades médicas e psicológicas têm buscado explicações para os estados depressivos, considerando apenas como estado mórbido. Será apenas distúrbio somático, decorrente de síndromes nervosas?
            Mais recentemente já se começou a pensar que a depressão, causas e conseqüências poderiam ter outras configurações, a partir de estudos até mesmo do comportamento humano.
            Não haveria também causas espirituais? Dizemos espirituais e não religiosas, pois qualquer nome que se dê, sabemos que o corpo humano é constituído do corpo e alma (espírito), sem contar que a Doutrina Espírita encontra um outro componente: o perispírito.
            Como objeto de estudo dentro da Doutrina Espírita, fomos buscar em renomados autores encarnados, especialistas quanto ao mecanismo da mente e, nos desencarnados, como forma de conhecer a visão Espírita de depressão.
O ponto de partida é um texto extraído do Boletim da Associação Médico-Espírita do Estado do Espírito Santo, de autoria do médico Dr. Wilson Ayub Lopes, que buscou em obras espíritas, elementos para seu artigo "A Depressão na Visão Espírita".
A leitura desse texto demonstra bem a conceituação médica da depressão, enriquecida com preciosos esclarecimentos de espíritos evoluídos registrados na bibliografia doutrinária, concluindo pelo nexo casual entre moléstia e perturbação do espírito.
Vamos então procurar uma síntese de informações, para se entender como o mundo espiritual pode ter influências no surgimento de depressões, nas suas variadas manifestações.
Claro, óbvio, que a primeira obra seja "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Allan Kardec, na tradução de J. Herculano Pires.
Os elementos que coligimos fomos buscar no capítulo V - Bem aventurados os aflitos... o que já nos prenuncia um estado espiritual para um grande número de depressões a que os seres humanos estão sujeitos.
O que são aflições? São alterações do modo de vida que se transformam em vicissitudes que têm uma causa justa e, considerando que Deus é justo, a causa é, por consequência, justa.
Segundo Kardec, essas vicissitudes tem duas causas distintas, podendo ser originária da vida presente ou de outras vidas.
Poque a ligação de vicissitudes com depressão? Simplesmente porque, segundo o Dr. Ayub, a depressão decorre ou é "uma alteração do estado de humor, uma tristeza intensa, um abatimento profundo".
E Kardec complementa que as vicissitudes são as aflições de que a pessoa é tomada, as decepções, as frustrações, enfim, vários acontecimentos que deprimem o estado de espírito, como se costuma dizer em linguagem mais acessível.
A quem cabe a culpa por essas aflições? Kardec responde que "cabem senão a si mesmo", pois por orgulho ou falta de conhecimento, atribuem à falta de sorte, à Providência, sua má estrela, sem pensar que sua má estrela é sua própria falta de compreensão.
Segundo Dr. Ayub, a depressão se apresenta sob três formas, decorrentes de fenômeno casual. Algumas são comportamentais, outra advem de um estado mórbido e ainda as que fogem ao controle do homem, são de caráter imponderável, e ocorrem dentro da misirecórdia divina: a perda de um ente querido, um acidente fatal, reveses da fortuna, flagelos naturais.
Analisando a depressão originária de vidas passadas, se o espírito encarnado volta a deixar de cumprir seus compromissos dentro de seu livre arbítrio, escolhida a ação, depois se arrepende e fica com a consciência culpando-o, talvez até mesmo por vislumbres de lembranças do passado.
Não foi o que ocorreu com Pedro e com Judas? Ambos se arrependeram e caíram num estado depressivo, do qual só a fé e a força de vontade podem tirar desse estado.
Vimos que Pedro se arrependeu, pediu perdão, e se reabilitou perante Cristo, o que não conseguiu Judas Iscariotes.
Este, deprimido e arrependido, viu no suicídio a única forma de se redimir do seu erro.
Aqui vale uma pergunta não propriamente dentro do tema, mas para reflexão: essa sua traição não estaria dentro dos desígnios de Deus, pois com todo Seu poder poderia ter evitado a prisão de Jesus? A nós parece que estava escrito!
Segundo pesquisadores, a depressão se apresenta sob formas diferentes, com intensidade e/ou duração variável. E também que todo depressivo, em regra geral é triste, mas a recíproca não é verdadeira.
Por que estamos defendendo a posição, com certeza com boas companhias, de que a depressão em muitos e muitos casos pode ser consequência de uma causa espiritual?
Não nos disse Jesus "no mundo tereis aflições..."?
Vamos também transcrever um trecho de Kardec:
"O Espiritismo é a ciência nova que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis a existência e a natureza do mundo espiritual e suas relações com o mundo corpóreo".
Ele no-lo mostra, não mais como coisa sobrenatural, porém, ao contrário, como uma das forças vivas e sem cessar atuantes da Natureza, como a fonte de uma imensidade de fenômenos até hoje incompreendidos e, por isso, relegados para o domínio do fantástico e do maravilhoso. É a essas relações que o Cristo alude em muitas circunstâncias e daí vem que muito do que Ele disse permaneceu ininteligível ou falsamente interpretado. O ESPIRITISMO É A CHAVE COM O AUXÍLIO DA QUAL TUDO SE EXPLICA DE MODO FÁCIL (O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo I).
Por que não buscarmos na luz da Doutrina, o que o Espiritismo e os espíritos evoluídos e benfeitores dos encarnados sob a proteção de Jesus, pode dar a propósito do tema?
Nós, espíritas convictos, sabemos que a reencarnação é a chave que recebemos da Misericórdia Divina, para o aperfeiçoamento do nosso Espírito, e nesse caminho encontramos sempre os Espíritos que nos amam e se preocupam com o nosso estado corpóreo e espiritual. São Bons Espíritos que nos acompanham, nos dão assistência sempre e, principalmente, nos fortalecem intuindo para o caminho do êxito na missão.
Assim, todo encarnado deprimido vai encontrar na Doutrina excelente aliada para a recuperação da sua saúde. Basta querer encontrar o remédio certo, na medida certa, e na hora exata.

           Nery Porchia

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“Aquilo que é impenetrável para nós existe de fato. Por trás dos segredos da natureza há algo sutil, intangível e inexplicável. A veneração a essa força que está além de tudo o que podemos compreender é a minha religião.”

Albert Einstein.

Obras Básicas - Pentateuco do Espiritismo

O Livro dos Espíritos - Contendo os princípios da Doutrina Espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da humanidade – segundo o ensinamento dos Espíritos superiores, através de diversos médiuns, recebidos e ordenados por Allan Kardec. O Livro dos Médiuns - Contendo os ensinamentos dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo. Em continuação de "O Livro dos Espíritos" por Allan Kardec. O Evangelho segundo o Espiritismo - Com a explicação das máximas morais do Cristo em concordância com o Espiritismo e suas aplicações às diversas circunstâncias da vida por Allan Kardec. Fé inabalável só é a que pode encarar a razão, em todas as épocas da Humanidade. Fé raciocinada é o caminho para se entender e vivenciar o Cristo. O Céu e o Inferno - Exame comparado das doutrinas sobre a passagem da vida corporal à vida espiritual, sobre as penalidades e recompensas futuras, sobre os anjos e demônios, sobre as penas, etc., seguido de numerosos exemplos acerca da situação real da alma durante e depois da morte por Allan Kardec. "Por mim mesmo juro - disse o Senhor Deus - que não quero a morte do ímpio, senão que ele se converta, que deixe o mau caminho e que viva". (EZEQUIEL, 33:11). A Gênese - Os milagres e a predições segundo o Espiritismo por Allan Kardec. Na Doutrina Espírita há resultado do ensino coletivo e concordante dos Espíritos. A Ciência é chamada a constituir a Gênese de acordo com as leis da Natureza. Deus prova a sua grandeza e seu poder pela imutabilidade das suas leis e não pela ab-rogação delas. Para Deus, o passado e o futuro são o presente.
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