Diz-se que todos somos médiuns, mas apenas alguns desenvolvem esta propriedade do espírito, de ser intermediário entre os planos astrais, de entidades humanas não encarnadas. Algumas poucas vezes mesmo, o médium pode trazer mensagens de encarnados em condições especiais, de sono, desdobramento ou coma. E é necessário sempre muito estudo quanto ao animismo, ao manifestar-se parte de sua própria história, enredando-se na própria história através das barreiras do tempo/espaço, hoje vistas de outra maneira pela física quântica. Mas, não estamos falando disso aqui.
Voltemos aos médiuns. Alguns desenvolvem sua mediunidade por missão, outros, a maioria, por obrigação, para resgatar antigos erros, atrasos, contingências várias, que ao compreender sua importância na atual encarnação, assumem a tarefa na medida do possível, desdobrando-se entre a luta diária no mundo físico, com seus percalços, alegrias, deveres, acontecimentos inesperados, mais ou menos bons, tentando sobejamente equilibrar-se no humor, nos ímpetos, nos pensamentos, treinando a cada instante a compreensão, a humildade, a persistência, a força individual e também dedicando-se ao mundo espiritual, quer no centro espírita, no terreiro de Umbanda, ou apenas no seu lar, onde estabelece um pequeno santuário para esta comunicação entre mundos, “pilotando” seu instrumento de trabalho, o corpo físico, e sob as influências diversas que vêm do Mundo Maior, de acordo com sua escala vibratória, suas afinidades, necessidades, intenções. Em geral, o médium , findas as manifestações em parceria com os espíritos, dá-se por satisfeito e vai cuidar de outras lides.
Porém, o ser humano encarnado é um dínamo acumulador, produtor e emissor de energia em tempo integral, independente de estar irradiado ou dando passagem às entidades de Luz que vem trabalhar na Caridade. Esta energia poderá ser manipulada com foco e objetivo, naqueles que percebem que possuem uma missão ainda mais extensa, onde é preciso adequar a vontade e direcionar a mente. Esse trabalho, realizado a partir das próprias forças, poderá ser usado também em prol do auxílio ao próximo, com finalidades curativas, de reequilíbrio. Pode ir a grandes alturas e distâncias, levar amparo e conforto, ou mesmo uma mensagem, ou fazer companhia apenas, dar proteção. Estas práticas já não estão inclusas nas características do médium, mas podem ser consideradas artes xamânicas, usadas milenarmente, mas mais conhecidas culturas, como a dos celtas, rosacruzes, ameríndios como os navajos, sioux (ou índios Lakota), dakotas, entre as lendas africanas, e também em nossos indígenas, os guaranis e os tupinambás.
Os xamãs estão em contato com as Forças da Natureza e as suas próprias, harmonizando-se com os quatro elementos (ar, terra, fogo, água), captando, emanando, trocando, e essa nada mais é que a Magia que tanto falam.
Os xamãs também usam com freqüência, animais de Poder, espíritos não humanos protetores e guardiões. A mitologia dos índios brasileiros e ameríndios, absorvida pela Umbanda, cita a pantera, o lobo, o tigre, a cobra, a águia, entre outros, e isto nada mais é que uma forma de Força, instrumentos de auxílio que trabalham com as entidades da Umbanda. Cada animal de Poder traz sua essência espiritual, e através dela, cada um com seu próprio modo de vida, sua forma de curar. Menos frequentemente, teremos também espíritas citando esta referência, mas na verdade, é que isto tudo não é fantasia, pois tem a comprovação, através dos depoimentos de médiuns clarividentes.
Nem todo médium se tornará um xamã, se não quiser, mas ele só o será, médium e xamã, e junto de si seus animais de Poder, se tiver uma herança ancestral, o que facilitará os vôos de mente e espírito, que serão idealmente cumpridos se forem em prol do Amor e Caridade.
Por Alex de Oxóssi
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