JESUS, OXALÁ NA UMBANDA
A VIDA DE JESUS
O Cristianismo o reverencia como Deus feito homem.
Xamãs indígenas, cabalistas, judeus e muçulmanos o consideraram um mestre.
Indianos o reverenciaram como um “siddha” (perfeito) ou até um avatar
(encarnação divina). Sua figura sempre fascinou os homens em todas as épocas;
ele confortou e alegrou milhões de pessoas, mas apesar de tudo que se tem dito
a seu respeito, sua vida continua envolvida em mistério. Afinal, quem foi esse
homem chamado Jesus?
Quase tudo o que sabemos de sua vida, vem das
narrativas dos Evangelhos (do grego: boa nova). Mas foram muitos os
historiadores e teólogos que contestaram esses textos. Essas escrituras, os
chamados Evangelhos, receberam influência de um gênero literário muito comum, à
época que misturava história, lendas e doutrinas. Também é forte, nos
Evangelhos, a influência das antigas tradições judaicas, mitologias,
greco-romana e oriental, e correntes esotéricas do primeiro século depois de
Cristo. Apesar de terem, por muitas vezes, sua veracidade refutada, hoje se
tende a valorizá-los.
Um dos principais argumentos que se levantou
contra os Evangelhos, é o de que demoraram demais para ser escritos, geralmente
muitas décadas depois dos fatos, época em que a memória, sobre os mesmos, já
havia sido perdida ou modificada. Mas hoje em dia os especialistas explicam
que, na verdade, a elaboração é que demorou muito para ser finalizada. O
Evangelho mais recente, o de João, demorou quatro décadas para ficar pronto.
Mas antes de qualquer registro escrito, logo cedo,
surgiu uma tradição oral sobre a vida e a mensagem de Jesus. Seu núcleo era o
“Querigma” – palavra grega que significa “anúncio”, muito utilizada pelos seus
discípulos para converter os ouvintes, por ter forte apelo emocional. Em torno
desses discursos se juntavam as parábolas de Jesus.
O que corroborou para que os Evangelhos realmente
passassem a ser vistos, como algo que mostra a realidade vivida por Jesus e
seus discípulos, naquela época, foi a descoberta, em 1992, de um fragmento de
papiro com trechos de dois versículos de Marcos, datado do ano 50 d.C. Duas
décadas depois da morte de Jesus sua história já estava sendo escrita.
O NASCIMENTO DE JESUS
Jesus nasceu quando as terras que hoje pertencem a
Israel e Palestina, estavam sob o domínio dos romanos. Ele nasceu sob o reinado
de Herodes, viveu em locais governados por seus filhos e morreu sob o poder do
romano Pôncio Pilatos. O dia em que comemoramos o nascimento de Jesus, o Natal,
não é realmente a data de seu nascimento. Dia 25 de dezembro era uma data
especial no calendário dos cultos de Roma. Era o dia do “Festival Pagão do Sol
Invencível”, que comemorava o triunfo do astro-rei. Os primeiros cristãos
associaram as qualidades do Sol a Jesus, por isso a escolha da data, que deve
ter sido instituída por volta de 330 d.C. Hoje se sabe que Jesus nasceu antes
do ano I, da Era Cristã, provavelmente entre 8 e 6 a.C. Existe uma passagem no
Evangelho de Lucas que diz que o nascimento de Jesus se deu na época do
recenseamento feito pelo imperador César Augusto. Historiadores concordam que a
data provável desse censo foi entre 8 e 6 a.C.
JESUS – O HOMEM
O Cristo encarnado, como homem na Terra – Jesus, é
a própria manifestação do Verbo, como já comprovou Saint Yves D’Alveydre, com
seu Arqueômetro. Em todas as escolas de tradição oriental os mestres costumam
dizer, aos seus discípulos, que “todo homem possui uma centelha divina que
emana do Verbo Divino. Para se tornar ‘Cristo’, basta desenvolver essa
centelha”. Jesus assim o fez, e como homem encarnado atingiu a máxima
evolução.
O Verbo manifesta seu princípio em algum ponto do
espaço mas não deixa de estar no Absoluto. Mas esse princípio, quando
encarnado, aceita todas as condições da existência na Terra, como o
esquecimento do Plano Divino e a angústia do abandono do Pai.
Jesus teve ou tem uma existência metafísica ou é
um princípio vivo que continua atuante em relação aos seres humanos? Se Jesus
foi o próprio Verbo Encarnado e se este princípio está intimamente ligado a
todas as manifestações vivas da Natureza, esse mesmo princípio não abandonou o
plano físico e está sempre presente para curar aqueles que dele se aproximam.
Todas as raças deste planeta receberam a revelação da libertação da carne por
meio da intervenção do princípio criador. O nome desse princípio, desde a
formação do nosso planeta, é Jesus, e sua atuação sobre o planeta está sempre
viva e se manifestando.
Jesus é aquele que veio e está sempre presente,
conduzindo a Humanidade de volta aos braços do Pai. Todas as honras e louvores
lhe são devidos por sua atuação em todos os planos. O Cristo é a própria
divindade que se encontra em estado latente em todos nós, pois somos espíritos
encarnados e trazemos conosco essa centelha divina.
O personagem histórico – Jesus, o homem, ensinou o
amor, a benevolência e a caridade; foi um grande mensageiro da Luz, trazendo os
ensinamentos que despertaram a consciência dos que estavam mortos para o
Espírito, presos na escravidão da matéria, que é nossa redentora e nos auxilia
a redimir nossos erros rumo à evolução espiritual.
JESUS – UM INICIADO
Evangelhos Apócrifos (que não são reconhecidos
oficialmente), atribuem a Jesus pensamentos e ensinamentos esotéricos. Isso nos
faz pensar que ele possa ter elaborado dois tipos de discurso: um exotérico
(externo), adaptado à capacidade de compreensão da grande massa e outro
esotérico (interno), que se destinava à formação de seus discípulos.
As Correntes Espiritualistas cada vez mais
acreditam nessa hipótese. Algumas dizem ter sido Jesus um grande Mestre da
Cabala, a mais mística tradição judaica; outras o colocam como sendo o portador
de um conhecimento oculto, que vem sendo passado à Humanidade desde tempos
imemoriais, que remontam às tradições mais antigas, como a dos Iogues indianos,
e, antes, ainda, aos Xamãs pré-históricos.
JESUS E A TRADIÇÃO ESOTÉRICA
Algumas práticas citadas nos Evangelhos podem nos
remeter a influências esotéricas na vida de Jesus:
· O Batismo: existe uma lacuna de 20 anos nos
Evangelhos entre a infância e o início de sua pregação. Após esse período ele
passou por um rito iniciático adotado por várias tradições místicas – o
batismo. Para essas antigas tradições, nesse momento o iniciado passa
simbolicamente por um processo, morrendo para a antiga existência e renascendo
para uma nova vida.
· Prova do Deserto: outra experiência iniciática
foi o jejum de 40 dias no deserto. Esse tipo de provação, a que o adepto é
exposto, é tão antiga quanto às tradições xamânicas, ainda hoje é utilizada por
várias tradições místicas. O objetivo é manter o aspirante em total condição de
isolamento, levando-o a confrontar se com o seu lado sombrio, que é retratado
nos Evangelhos como o Diabo, que lança sobre Jesus as três tentações: quebrar o
jejum, atirar-se do alto do templo de Jerusalém e adorar o próprio Diabo em
troca do reinado sobre a Terra. Jesus rejeitou todas.
· O Círculo Hermético: após ter dado início à sua
missão, mais e mais pessoas são atraídas por suas palavras e ensinamentos: a
grande massa que o ouvia nas sinagogas, uma grande quantidade de discípulos que
passaram a acompanhá-lo e o grupo dos doze apóstolos, que a tudo abandonaram
para segui-lo. É provável que a estrutura desse círculo restrito de seguidores
obedecesse a um modelo estabelecido em comunidades místicas.
· O Texto na Tabuleta Pregada na Cruz: a frase que
Pôncio Pilatos redigiu para ser colocada na cruz – “Jesus Nazareno, Rei dos
Judeus” – pode ter tido um significado muito maior do que o resumo das
acusações que lhe foram feitas. A palavra Nazareno, além de designar o local
onde viveu parte de sua vida, pode se referir também a “Nazir” ou “Nazireu”,
aquele que é consagrado a Deus e que entre outras obrigações não poderia cortar
os cabelos. A palavra rei também pode ter outro significado nessa inscrição.
Esse título, nos círculos esotéricos era dado ao indivíduo que iniciava adeptos
ao conhecimento dos mistérios. Poderia ser uma conotação de Mestre Iniciático.
JESUS, O ARREBATADOR DE ALMAS
O antigo povo de Israel esperava um “Messias” – na
verdade um guerreiro que os livrasse da opressão romana. Jesus veio pregando o
amor incondicional, por meio do qual seria possível se conquistar o reino de
Deus. Mas o que a maioria esperava era um revolucionário que expulsasse os
dominadores romanos, derrubando Herodes e restabelecendo um poder legítimo em
Israel. Jesus não se apresentou como esse revolucionário e sua condição
fraternal foi explorada por seus inimigos, que o condenaram à morte. Ele pregou
uma “revolução” a longo prazo, sem luta, sem visar somente o lado material, mas
amplamente profunda e esclarecedora do ponto de vista espiritual. Sua meta era,
por meio da conscientização e de uma transformação radical, trazer o reino de
Deus à Terra.
A RESSURREIÇÃO SEGUNDO A TRADIÇÃO ORIENTAL
A idéia de transmutação do corpo físico e imortalidade
são comuns em certas tradições espiritualistas da índia e da China.
Extremamente rara, essa possibilidade poderia ser
alcançada pelos “siddhas”, os perfeitos, mas seria inerente a todo ser humano
que, por devoção a Deus, exercícios e prática da yoga, poderia atingir um
estágio supremo de desenvolvimento.
OXALÁ, O ORIXÁ DA CRIAÇÃO
Na Umbanda, Oxalá representa o mais alto na
hierarquia dos Orixás, tendo como contraparte nosso Mestre Jesus, o médium
supremo. Nos pontos riscados é representado por uma estrela de cinco pontas.
Como Orixá na Umbanda, Oxalá se apresenta sob três formas:
OXAGUIAN: o Oxalá Menino, que é sincretizado com o
Menino Jesus de Praga.
OXALUFAN: o Oxalá Velho, sincretizado com Jesus no
Monte das Oliveiras.
OXALÁ: sincretizado com Jesus Cristo.
Tanto na Umbanda quanto no Candomblé é de Oxalá a
tarefa de criação da Humanidade. Por isso a equivalência a Jesus, manifestação
máxima de Deus trino: Pai, Filho, Espírito Santo. Além de responsável pelo
molde dos primeiros seres humanos na Terra, é considerado também o criador da
cultura material.
Oxalá é representado nos Congas por Jesus e é a
autoridade suprema na Umbanda. É ele quem ordena aos Orixás que venham ajudar
seus filhos por meio dos Guias e Mensageiros que vêm em Terra. Sua imagem é a
de Jesus Cristo, sem a cruz e sua cor é branca. Oxalá é considerado o Orixá
maior na Umbanda, porque é capaz de atuar em todos os elementos e vibrações
através dos outros Orixás.
Éter e Luz: são o elementos e a força da Natureza
correspondentes à Linha de Oxalá.
Dia da Semana: Sexta-feira.
Vibração: atua no chacra coronário.
Cor: Branca, com raios dourados.
Cores da Guia: Contas brancas leitosas.
OXALÁ NOS CULTOS AFRO-BRASILEIROS
O mais importante e elevado do Panteão lorubá; foi
o primeiro Orixá criado por Olorum (O Deus supremo). E um dos Orixás Fun-Fun
(da cor branca).
São muitas as suas lendas e extensa sua origem e
história na África. No Brasil, são mais conhecidos Oxalufan “o velho” e
Oxaguian “o moço”. Na sua forma “guerreira”, Oxalá carrega uma espada, cheio de
vigor e nobreza; na condição de velho e sábio, curvado pelo peso dos anos, é
uma figura nobre e bondosa que carrega um cajado, o Opaxorô, de forte simbologia,
utilizado para separação do Orun (o Céu) e o Ayié (a Terra). No Brasil é o mais
venerado e sua maior festa é uma cerimônia chamada “Águas de Oxalá”, que diz
respeito à sua lenda dos sete anos de encarceramento, culminando com a
cerimônia do “Pilão de Oxaguian”, para festejar a volta do Pai. Esse respeito advém
da sua condição delegada, por Olorum, da criação e governo da Humanidade.
CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OXALÁ
Os filhos de Oxalá são pessoas tranqüilas, que
tendem à calma até nos momentos mais difíceis. São amáveis e pensativos, mas
não costumam ser subservientes. São articulados, reservados e às vezes muito
teimosos, sendo difícil convencê-los de que estão errados na resolução de um
problema. Em Oxalufan, o Oxalá mais velho aparece com a tendência para o debate
e a argumentação.
A LENDA AFRICANA
Orixalá ou Obatalá foi encarregado por Olorum de
realizar uma grande e importante tarefa: a da criação do mundo. Para isso,
recebeu de Olorum o “Saco da Criação”. Mas antes de iniciar sua viagem para o
cumprimento da missão era necessário que Oxalá realizasse oferendas para Bará.
Mas, com seu caráter um tanto orgulhoso, não o fez.
Iniciou então sua caminhada, e, ao chegar à porta
do além, encontrou Exu-Bará, fiscal das comunicações entre os dois mundos. Ao
saber que o Grande Orixá não havia feito as oferendas, fez com que ele sentisse
muita sede durante a caminhada. Oxalá não teve outra saída senão tomar o
líquido refrescante que escorre do dendezeiro – o vinho de palma. Com isso
ficou bêbado, perdeu o rumo e adormeceu.
Veio então Odudua, criado depois de Oxalá, e,
vendo-o adormecido, roubou-Ihe o Saco da Criação e levou até Olorum, que disse:
“Vá você Odudua, vá e crie o mundo”. Odudua encontra uma grande extensão de
água e deixa cair o conteúdo do Saco da Criação – a terra; formou-se um monte
que ultrapassou as águas. Odudua colocou sobre o monte de terra uma galinha de
cinco patas, que espalhou a terra sobre as águas. A terra foi se alargando cada
vez mais criando a cidade de llê-lfê.
Quando Oxalá acordou e não encontrou o Saco da
Criação procurou Olorum, que o castigou proibindo-o de beber vinho de palma e
usar azeite de dendê. Como consolo, ordenou-lhe que moldasse no barro o corpo
dos seres humanos, sobre os quais Ele, Olorum, sopraria a vida.
Texto e
pesquisa: Virgínia Rodrigues – base de consulta: www.auxiliadora.org.br
Fonte: Revista
Espiritual de Umbanda – Nº 12
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Ponto Cantado a Oxalá
Oxalá meu pai
Tem pena de nós, tem dó
Se as voltas no mundo é grande
Seus poderes são maior
Oxalá meu pai
Tem pena de nós, tem dó
Se as voltas no mundo é grande
Seus poderes são maior
O malei malei
O malei malá
O malei malei
Salve as forças de Oxalá !
Tem pena de nós, tem dó
Se as voltas no mundo é grande
Seus poderes são maior
Oxalá meu pai
Tem pena de nós, tem dó
Se as voltas no mundo é grande
Seus poderes são maior
O malei malei
O malei malá
O malei malei
Salve as forças de Oxalá !
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Oração a Oxalá
Salve
Oxalá, força divina do amor, exemplo vivo de abnegação e carinho!
Nós vos rogamos, ó bondoso Mestre, a Vossa proteção para que, possamos sentir em nossos corações, cada vez mais viva, e chama do nosso amor por Deus e por todas as suas criaturas.
Derramai Vossa benção por sobre todos nós e especialmente por sobre aqueles que se encontram recolhidos às casas de saúde, manicômios e penitenciárias, por sobre todos os que nascem neste momento e, ainda, muito especialmente pelos que desencarnaram e se dirigem, já em espírito, ao mundo invisível, para o ajuste de contas.
Proteção ó Pai Oxalá!...
Nós vos rogamos, ó bondoso Mestre, a Vossa proteção para que, possamos sentir em nossos corações, cada vez mais viva, e chama do nosso amor por Deus e por todas as suas criaturas.
Derramai Vossa benção por sobre todos nós e especialmente por sobre aqueles que se encontram recolhidos às casas de saúde, manicômios e penitenciárias, por sobre todos os que nascem neste momento e, ainda, muito especialmente pelos que desencarnaram e se dirigem, já em espírito, ao mundo invisível, para o ajuste de contas.
Proteção ó Pai Oxalá!...
Força
e proteção para todos os que palmilham o caminho do bem, e misericórdia para os
que vivem no mal e para o mal, esquecidos de si próprios.
Assim
Seja !
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Oração para a Proteção de Jesus
Querido
Pai, que enviastes vosso filho Jesus,
Para nos ensinar a amor e o perdão,
Colocai sobre mim, agora, a infinita proteção do nome de Jesus Cristo:
Jesus me guarda,
Jesus me ampara,
Jesus ma guia,
Jesus me defende,
Jesus me salva,
Jesus me protege,
Jesus me eleva,
Com Jesus tenho paz, verdade, justiça e fé.
Para nos ensinar a amor e o perdão,
Colocai sobre mim, agora, a infinita proteção do nome de Jesus Cristo:
Jesus me guarda,
Jesus me ampara,
Jesus ma guia,
Jesus me defende,
Jesus me salva,
Jesus me protege,
Jesus me eleva,
Com Jesus tenho paz, verdade, justiça e fé.
Amém!
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