O bom médium
é aquele que não interfere? Pessoalmente, não acredito nisso, acho
que não é bem assim não.
Sabemos que,
a rigor, não existe mediunidade sem a interferência humana. Daí a própria
palavra "médium", que se associa com "mediação", e mediar é
interferir. É certo que há uns pouquíssimos médiuns que conseguem sintonizar
tanto com o espírito que a interferência chega a ser meramente fisiológica
(neutra do ponto de vista do psiquismo). Mas isso além de raro, ocorre nos
tipos de mediunidade que não envolve a fala.
Mas na
Umbanda as consultas são faladas, e aí é mais difícil o psiquismo do médium não
tomar parte no processo, penso que praticamente impossível. Ainda bem, pois é
por isso, por ter consultas faladas, que a Umbanda desenvolve, além da
mediunidade, também o caráter e a moral de seus médiuns. Estando o espírito
que deseja transmitir sua sabedoria, através da fala, quase sempre
limitado à condição consciencional de seu médium comunicante, é com a
consolidação da prática mediunica que o umbandista que incorpora tem a
oportunidade de elevar-se espiritualmente ao longo dos anos e com isso formar
com o guia uma parelha equilibrada e confiável.
Existe,
entretanto, a boa e a má interferência, a que é saudável e a que é nociva aos
objetivos da mediunidade. A saudável é aquela em que o médium, ciente de seu
papel, não perde a honestidade interna mas favorece a manifestação do espírito.
A ruim é aquela que surge da falta de auto-fiscalização, e o médium passa a
liberar conteúdos psíquicos seus sob a falsa forma da palavra do espírito.
Um alerta
ainda é importante aos médiuns "de toco". Na hora em que os guias
manipulam elementos, no momento em que estão fazendo magia (riscar e firmar
pontos de pemba por exemplo), quando vão atuar junto ao corpo energético de
alguém (o que não deixa de ser magia), ou, mais ainda, se vão proceder
descarregos ou trabalhos de demanda (magia pura), têm que deixar o guia
trabalhar livremente. Não podem ter medo nem dúvida. Do contrário, em vez de
ajudar, estarão dificultando tudo. E se o guia desejar fazer alguma prescrição
ao consulente, tomem muito cuidado, sintonizem finamente, pois uma
interferência aleatória aqui pode causar danos sérios.
Assim, para
o médium de Umbanda o importante é acreditar no seu trabalho sem deixar de
monitorar os próprios procedimentos durante as sessões, medindo a sua
honestidade diante das forças espirituais, sua responsabilidade em relação ao
dever de caridade e de amor universal, e sua humilde perante a Lei de
Umbanda.
Saravá
Fraterno!
Fonte: http://umbandeando.blogspot.com/
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