Mitos, Lendas, Associações e Principais
Características
Senhora da Tarde, Dona dos Espíritos, Senhora dos
Raios e das Tempestades.
Oyá, mais conhecida no Brasil como Yansã, foi uma
princesa real na cidade de Irá, na Nigéria em 1450a.C..
Sobrinha-neta do rei Elempe e neta de Torossi (mãe
de Xangô), conquistou com valentia, coragem e dedicação seu caminho para o
trono de Oyó.
Conhecedora de todos os meandros da magia encantada,
nunca se deixou abater por guerras, problemas e disputas.
Foi mulher de seu primo Xangô e ajudou-o a conquistar vários reinos anexados ao Império Yorubano. Porém, abandonou-o em defesa de sua cidade natal, disposta a enfrentá-lo.
Foi mulher de seu primo Xangô e ajudou-o a conquistar vários reinos anexados ao Império Yorubano. Porém, abandonou-o em defesa de sua cidade natal, disposta a enfrentá-lo.
Oyá recebeu, de Olorun, a missão de transformar e
renovar a natureza através do vento, que ela sabe manipular. O vento nem sempre
é tão forte, mas, algumas vezes, forma-se uma tormenta, que provoca muita
destruição e mudanças por onde passa, havendo uma reciclagem natural.
Normalmente, Oyá sopra a brisa, que, com sua doçura, espalha a criação, fazendo
voar as sementes, que irão germinar na terra e fazer brotar uma nova vida. Além
disso, esse vento manso também é responsável pelo processo de evaporação de
todas as águas da terra, atuando junto aos rios e mares. Esse fenômeno é vital
para a renovação dos recursos naturais, que, ao provocar as chuvas, estarão
fertilizando a terra.
Divindade eólica, sopram os ventos que afastam as
nuvens, para a passagem dos raios desferidos por Xangô. E é o raio que abre os
reservatórios do céu, para fazer cair a chuva, relação comum em todas as
mitologias.
Apesar de dominar o vento, Oyá originou-se na água,
assim como as outras yabas, que possuem o poder da procriação e da fertilidade.
Está relacionada com o número 9, indicativo principal do seu odú.
Oyá está associada ao ar, ao vento, a tempestade, ao
relâmpago/raio (ar+movimento e fogo) e aos ancestrais (eguns).
Na Nigéria ela é a deusa do rio Niger. É a menina
dos olhos de Oxalá, seu protetor, e a única divindade que entra no Ibalé dos
Eguns(mortos).
Oyá tem ligações com o mundo subterrâneo, onde
habitam os mortos, sendo o único orixá capaz de enfrentar os eguns. Entre as
individuações da multifacetária Iansã, uma delas é como Deusa dos Cemitérios.
Impetuosa, guerreira e de forte personalidade, é
reverenciada no culto dos eguns. Em yorubá, chama-se Odò Oyà.
Oyá, em tempos remotos, era patrona (ou matrona) de
uma sociedade secreta feminina, que cultuava os ancestrais (pessoas já
desencarnadas pertencentes à religião), que denominamos Egungun. Foi o orixá
Ogun que conseguiu acabar com a primazia das mulheres nesse culto, que passou a
ser exclusivamente masculino. Mas, apesar disto, Oyá ainda é reverenciada nessa
sociedade.
Oyá, segundo a mitologia, é um orixá muito forte,
enfrentando a tudo e a todos por seus ideais. Não aceita a submissão ou
qualquer tipo de prisão.
Faz parte de sua indumentária a espada curva
(alfanje), o erukere, que usava para sua defesa, além de muitos braceletes e
objetos de cobre.
Sua dança é muito expansiva, ocupando grande espaço
e chamando muita atenção.
Duas espadas e um par de chifres de búfalo
representam a imagem de Oyà.
Suas contas são amarelas ou vermelhas ou tijolo, o
coral por excelência, o monjoló (uma espécie de conta africana, oriunda de lava
vulcânica).
Seus símbolos são: os chifres de búfalo, um alfanje,
adaga, eruesin [eruexin] (confeccionado com pelos de rabo de cavalo, encravados
em um cabo de cobre, utilizado para "espantar os eguns").
Com Oxalá aprendeu sobre o uso do raciocínio e o dom
da paciência. Por isso ela não desiste facilmente de seus objetivos, sabendo
esperar o momento certo para conquistá-los.
Oyá é puro movimento. Não pode ficar parada, para
não extinguir sua energia. O vento nunca morre, ele está sempre percorrendo
novos espaços.
Arquétipo
Arquetipicamente, Iansã é a mulher guerreira que, em
vez de ficar no lar, vai à guerra. São assim os filhos de Iansã, que preferem
as batalhas grandes e dramáticas ao cotidiano repetitivo.
Costumam ver guerra em tudo, sendo, portanto
competitivos, agressivos e dados a ataques de cólera. Ao contrário, porém, da
busca de certa estratégia militar, que faz parte da maneira de ser dos filhos
de Ogum, que enfrentam a guerra do dia-a-dia, os filhos de Iansã costumam ser
mais individualistas, achando que com a coragem e a disposição para a batalha,
vencerão todos os problemas, sendo menos sistemáticos, portanto, que os filhos
de Ogum.
São quase que invariavelmente de Iansã, os
personagens que transformam a vida num buscar desenfreado tanto de prazer como
dos riscos. São fortemente influenciados pelo arquétipo da deusa aquelas
figuras que repentinamente mudam todo o rumo da sua vida por um amor ou por um
ideal. Faz parte dos filhos de Iansã a maior arte dos militantes políticos não
cerebrais por excelência. Ao mesmo tempo, quando rompem com uma ideologia e
abraçam outra, vão mergulhar de cabeça no novo território, repudiando a
experiência anterior de forma dramática e exagerada, mal reconhecendo em si
mesmos, as pessoas que lutavam por idéias tão diferentes. Talvez uma súbita
conversão religiosa, fazendo com que a pessoa mude completamente de código de
valores morais e até de eixo base de sua vida, pode acontecer com os filhos de
Iansã num dado momento de sua vida.
Da mesma forma que o filho de Iansã revirou sua vida
uma vez de pernas para o ar, poderá novamente chegar à conclusão de que estava
enganado e, algum tempo depois, fazer mais uma alteração - tão ou mais radical
ainda que a anterior.
O temperamento dos que têm Oyá como Orixá de cabeça,
costuma ser instável, exagerado, dramático em questões que, para outras pessoas
não mereceriam tanta atenção e, principalmente, tão grande dispêndio de
energia.
São do tipo Iansã, aquelas pessoas que podem ter um
desastroso ataque de cólera no meio de uma festa, num acontecimento social, na
casa de um amigo - e, o que é mais desconcertante, momentos após extravasar uma
irreprimível felicidade, fazer questão de mostrar, à todos, aspectos
particulares de sua vida.
Como esse arquétipo que gera muitos fatos, é comum
que pessoas de Iansã surjam freqüentemente nos noticiários. Ao mesmo tempo, é
um caráter cheio de variações, de atitudes súbitas e imprevisíveis que costumam
fascinar (senão aterrorizar) os que os cercam e os grandes interessados no
comportamento humano.
Os Filhos de Iansã são atirados, extrovertidos e
chocantemente diretos. Às vezes tentam ser maquiavélicos ou sutis, mas só
detidamente. A longo prazo, um filho de Iansã sempre acaba mostrando cabalmente
quais seus objetivos e pretensões. Eles têm uma tendência a desenvolver vida
sexual muito irregular, pontilhada por súbitas paixões, que começam de repente
e podem terminar mais inesperadamente ainda. São muito ciumentos, possessivo,
muitas vezes se mostrando incapazes de perdoar qualquer traição - que não a que
ele mesmo faz contra o ser amado. Ao mesmo tempo, costumam ser amigos fiéis
para os poucos escolhidos ara seu círculo mais íntimo.
Um problema, porém, pode atrapalhar tudo: a
inconstância com que vê sua vida amorosa; outros detalhes podem também
contaminar os aspectos profissionais.
Todas essas características criam uma grande dificuldade de relacionamentos duradouros com os filhos de Iansã. Se por um lado são alegres e expansivos, por outro, podem ser muito violentos quando contrariados; se têm a tendência para a franqueza e para o estilo direto, também não podem ser considerados confiáveis, pois fatos menores provocam reações enormes e, quando possessos, não há ética que segure os filhos de Iansã, dispostos a destruir tudo com seu vento forte e arrasador.
Todas essas características criam uma grande dificuldade de relacionamentos duradouros com os filhos de Iansã. Se por um lado são alegres e expansivos, por outro, podem ser muito violentos quando contrariados; se têm a tendência para a franqueza e para o estilo direto, também não podem ser considerados confiáveis, pois fatos menores provocam reações enormes e, quando possessos, não há ética que segure os filhos de Iansã, dispostos a destruir tudo com seu vento forte e arrasador.
Resumo:
Sincretismo: Santa Bárbara
Suas cores: amarelo, vermelho e coral
Saudação : Eparrei!
Seu dia: Quarta-feira e Sábado (como toda as Iabás)
Frutas e verduras: manga rosa, uva vermelha, maçã,
cenoura, quiabo.
O que Rege: dá coragem e impulsividade; protege
contra desastres e acidentes.
Plantas: espada de Iansã (borda amarela) e bambu.
Elemento: fogo e ar
Festa: 4 de dezembro, dia de Santa Bárbara, com quem
está sincretizada.
Pedras: rubi, coral, granada.
Fonte de pesquisa:
Oração
à Iansã
Santa guerreira que ao meu lado caminha
Com sua espada de ouro e sua taça na mão
És para mim toda beleza, venero sua beleza
Guardo-a em meu coração,
Quando ela roda sua saia irradia
Deusa da Ventania
É a Rainha Trovão com meu Pai Xangô
Iansã fez a morada, ela roda sua saia
No romper da madrugada
Eparrei Ioiá
Saravá Iansã, ela é Rainha, é Orixá
Sua Abenção e sua Proteção minha Mãe...
Para mim e para todos os meus amigos....
Eparrei Bela Oyá!
HISTÓRIA DE SANTA BÁRBARA
Era
o século 3... Diocleciano, governador da Nicomédia (Ásia Menor),
procurava controlar a crise de seu Império. Nessa época, crescia muito o número
de cristãos, inclusive entre famílias nobres.
Isto
aconteceu também na família de Bárbara, uma jovem bela e de condição
nobre. Seu pai, Dioscuro, era um alto funcionário do Imperador,
e para ele apenas a vontade do Imperador era o que deveria seguir. Bárbara,
porém, acreditava no amor e num mundo mais humano e mais justo.
Com
o crescimento do cristianismo, as perseguições ficavam cada vez mais
violentas. Muitos convertiam-se e eram batizados pelo bispo Zenão e se
reuniam em lugares secretos para seus encontros de fé.
Bárbara foi
catequizada por pessoas amigas. Com muito amor acolheu em seu coração a
doutrina de Jesus.
A
fé de Bárbara ia crescendo e mesmo sem sair de casa ela interessava-se pelos
acontecimentos que lhe chegavam através de suas amigas cristãs. Enquanto isso,
mais cristãos eram sacrificados.
Uma
jovem bela e inteligente como Bárbara, não podia deixar de ter seus
pretendentes. Dioscuro, seu pai, era muito ciumento e temendo que a beleza de
Bárbara atraísse pretendentes que não lhe interessavam, mandou construir uma torre,
onde deixaria Bárbara trancada quando ele estivesse viajando.
Conta
a tradição que a torre projetada por seu pai tinha duas janelas, mas
Bárbara pediu ao construtor que aumentasse para três, com o intuito de
honrar a Santíssima Trindade: o Pai, o Filho e o Espírito
Santo.
Bárbara
encontrava-se freqüentemente com suas amigas, e juntas rezavam pelos cristãos
que a cada dia eram presos, maltratados e sacrificados.
Dioscuro
soube que sua filha havia se tornado cristã, e pela primeira vez agrediu
Bárbara. Mas ela tentou explicar-se, dizendo que os cristãos acreditam que
todos somos irmãos e portanto não poderiam aceitar um Império baseado na
violência e na injustiça. Ele porém, se enraiveceu com as palavras de Bárbara e
ordenou que a fechassem na torre. Ela devia ficar lá sem se comunicar com
ninguém.
Nessa
época, sua amiga cristã Mônica também tinha sido presa e o bispo Zenão
dera seu testemunho de fé, sendo martirizado.
Conta
a tradição que certo dia foram dizer a Dioscuro que sua filha havia favorecido a
fuga da prisão de sua amiga Mônica. Ele ficou furioso... resolveu ir até a
torre e forçar Bárbara a prestar homenagem ao "deus" Júpiter.
Bárbara, porém, recusou. Cheio de ódio, Dioscuro decidiu matá-la
com suas próprias mãos. Nesse momento, uma força misteriosa arrancou Bárbara
das mãos de seu pai. A parede onde não havia nenhuma porta abriu-se e ela saiu
ilesa.
Dioscuro
vendo-se vencido, ordenou aos soldados que procurassem sua filha por todos os
caminhos da cidade. Enquanto isso, Bárbara visitou os doentes, as comunidades
cristãs e ajudava os filhos dos escravos.
Finalmente
os soldados encontraram Bárbara numa gruta, onde fora levar alimento
para alguns doentes.
A
jovem não reagiu à ordem de prisão, sua consciência estava tranqüila. Foi
levada à presença do pai, que conseguiu a permissão do prefeito da cidade para denunciar
sua filha diante da justiça. Bárbara então foi levada aos juízes, acusada
por seu pai de ser cristã.
Diante
da firmeza de Bárbara, os juízes esqueceram sua origem nobre e
condenaram-na. Ao saber disso, sua mãe Irnéria procurou apelar em seu favor
junto do marido, mas Dioscuro não quis voltar atrás.
Na
prisão Bárbara foi chicoteada. Seu corpo delicado cobriu-se de marcas
roxas e mesmo ferida no corpo e no coração, procurava aumentar sua força
interior através da oração.
Conta
a tradição que num momento de grande oração, uma luz desceu do alto iluminando
as trevas da prisão. E uma voz lhe disse: "Bárbara, você está sofrendo
por mim. Vou confundir seus perseguidores, curando suas feridas". A
visão desapareceu e a jovem sentiu-se cheia de alegria ao perceber que as
feridas de seu corpo haviam desaparecido completamente.
Os
juízes não se conformaram com aquela cura inesperada. Então, tentaram torturá-la
pelo fogo. Mas Deus interveio novamente apagando o fogo.
Dioscuro,
porém, não se deu por vencido. Ordenou aos soldados que levassem Bárbara pelas
ruas da cidade, e a conduzissem debaixo de chicotadas. O corpo da jovem
novamente ficou marcado pela dor. Contudo, Bárbara contemplou mais uma vez, a
presença divina que lhe curou as chagas.
Dioscuro,
promotor do processo, pediu então à justiça a condenação de sua filha: "Seja
morta à espada, como convém aos membros da nobreza". E ao mesmo tempo
pediu permissão para que ele mesmo executasse a sentença.
Bárbara
e sua amiga Juliana caminharam juntas para o local do martírio. Muitos cristãos
as seguiram. A espada de Dioscuro levantou-se no ar e atingiu o pescoço
de Bárbara, que serenamente entregava a Deus sua vida.
Irnéria
chorou muito. Daquele dia em diante, Dioscuro perdeu não só a filha mas também
a companhia da esposa. Ele estava só... E por isso passou a perseguir ainda
mais os cristãos.
Foi
assim que inconscientemente, seus passos o levaram até o monte onde as duas
jovens tinham sido sacrificadas. A terra que tinha sido molhada pelo sangue
inocente, estava coberta de flores. Nesse momento, Dioscuro ouviu um
ruído de trovão. O céu escureceu-se à sua volta, ele sentiu uma grande angústia
e começou a caminhar pelo local, mas um raio fulminante atingiu-o no
peito.
Fonte:
Tommasi, Tarcila. Santa Bárbara
Paulinas, 2003
Paulinas, 2003
Oração
a Santa Bárbara
Santa
Bábara, que sois mais forte que as torres das fortalezas e a violência dos
furacões, fazei com que os raios não me atinjam, os trovões não me assustem e o
troar dos canhões não me abale a coragem e a bravura.
Ficai
sempre ao meu lado para que eu possa enfrentar de fronte erguida e de rosto
sereno todas as tempestades e as batalhas de minha vida, para que vencedor de
todas as lutas, com a consciência do dever cumprido, possa agradecer a vós,
minha protetora, e render graças a Deus, criador do céu, da terra, da natureza:
este Deus que tem poder de dominar o furor das tempestades e abrandar a
crueldade das guerras.
Santa
Bárbara, Rogai por nós!
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