Como obter
ajuda do Anjo da Guarda
Os Anjos
podem mudar sua vida. E tudo o que terá de fazer é pedir que eles o ajudem.
Apenas isso. Vamos considerar alquimicamente essa decisão, analisando suas
quatro condições necessárias: querer, poder, saber e ousar.
Querer - Dou como
certo que você quer entabular essa comunicação e que deseja realmente pedir
ajuda aos planos superiores da existência. O querer é o motor de tudo. E se
esse motor falhar ou inexistir, não haverá possibilidade de atingirmos a meta
nem de obtermos resultado algum, por muito que essa meta e esses resultados tão
desejados estejam nos esperando após a primeira curva do caminho.
Poder - Todos
podemos. Nem mesmo o fato de não se acreditar na existência dos Anjos será um
impedimento para recorrermos a eles e nos beneficiarmos de sua ajuda. É mais do
que certo que o poder da fé é enorme e que ela "move montanhas", mas
nesse caso seu papel - embora ajude a estabelecer a comunicação - não é
primordial. Não estamos aqui tratando de nenhum tipo de "auto-ajuda",
"auto-programação" ou "auto-hipnose", mas sim de pedir - e
obter - o auxílio de seres tão reais como nós, mesmo que nossos sentidos não
sejam capazes de percebê-los.
Saber - Na
realidade, não existe protocolo nem normas estabelecidas. Qualquer chamada,
qualquer tentativa de nos dirigirmos a eles que seja sincera e parta do coração
chegará, será ouvida e atendida. No entanto, para evitar interferências é bom
ter as seguintes recomendações em mente, que não passam de leis universais
aplicadas a este caso em particular.
1. Evitar a
pressa e a precipitação. Mesmo que as chamadas urgentes e desesperadas sejam
prontamente atendidas, o contato com nosso Anjo da guarda - ou qualquer outro -
se realiza melhor em uma atmosfera de calma e tranquilidade, tanto interior
como exterior.
2.
Lembrar-se sempre do imenso poder criativo da palavra. A fala inconsciente e
ociosa contém sempre um perigo, e esse perigo se multiplica por mil quando os
termos empregados têm uma carga transcendente ou divina. Na Religião judaica, a
proibição de pronunciar o nome de Deus não precisa de justificativa. Até hoje,
nos países de língua francesa, a expressão Nom de Dieu!, que para nós soa muito
inocente, é considerada uma das piores blasfêmias a ser pronunciadas. E
precisamente um dos mais frequentes abusos das palavras são as blasfêmias e as
maldições. Por isso é conveniente evitarmos a companhia daqueles que costumam
contaminar o espaço com palavras ociosas, para que a energia positiva não se
distancie dali. É importante abster-se do emprego inconsciente daqueles termos
que se referem ao mais sagrado: Deus, Jesus, a Virgem e todas as combinações de
letras que nos ligam, de um modo ou de outro, aos planos superiores. O uso
dessas palavras sempre provoca um efeito, e sua utilização em momentos de
cólera ou rancor tem a mesma consequência de jogar uma pedra para o alto e ela,
ao cair, atingir nossa própria cabeça. Tudo irá melhor na nossa vida se reservarmos
as palavras importantes para momentos importantes.
3. Empregar
sempre o tempo presente em nossos pedidos. No mundo dos Anjos não existe
passado nem futuro; o sábio sufi Nasafi escreveu há mais de 1300 anos: "Os
Anjos estão no mundo invisível, eles mesmos são o mundo invisível. Nesse mundo
não há ontem nem amanhã, nem passado nem ano presente nem próximo ano.
Indiferentemente,
100mil anos passados e 100 mil anos futuros estão presentes. Já que o mundo do
invisível não é o mundo dos contrários, a oposição é apenas um produto do mundo
visível. O tempo e a dimensão temporal existem somente para nós, filhos das
esferas e das estrelas, habitantes do mundo visível. No mundo invisível, não há
tempo, nem dimensão temporal. Tudo o que existiu, existe e irá existir, está
sempre presente". Portanto, devemos nos esforçar para não utilizar o
passado e o futuro em nossos pedidos, a fim de evitarmos que seja difícil para
o nosso Anjo captá-los. Lembre-se de que ele só conhece "o agora".
4.
Expressar-se sempre de uma maneira positiva. Por exemplo, jamais devemos pedir:
"Que eu não perca meu emprego" ou "Que meu marido não
morra", e sim, pedir aquilo que de fato desejamos, de forma simples e
direta: "Manter nosso trabalho" ou "que meu marido tenha sempre
saúde e que o amor reine em nosso casamento". Ao utilizarmos frases
negativas, mesmo que de maneira inconsciente, já estaremos imaginando a perda,
a derrota, e será isso o que transmitiremos aos planos mais sutis da realidade
e aos seres que atenderão às nossas súplicas; como consequência, é bem provável
que seja isso o que obteremos no final.
5.
Considerar o assunto terminado, até incluindo no pedido agradecimentos por já
ter sido resolvido o problema apresentado. Essa é a forma mais efetiva de
eliminar as dúvidas, que com certeza também seriam transmitidas, criando
obstáculos em todo o processo. Trata-se de evitar por todos os meios que,
enquanto nos dedicamos a fazer o pedido da melhor maneira possível, nossa mente
esteja, na realidade, transmitindo: quero isto, mas não tenho muita certeza de
que este pedido servirá para algo. Qual das duas idéias os Anjos deverão
captar?
6. Sermos
muito cuidadosos, pois receberemos exatamente aquilo que estamos solicitando,
com toda uma série de implicações- inerentes ao fato ou ao objeto desejado -
que talvez não consigamos imaginar. Convém compararmos as circunstâncias e as
situações da vida com uma moeda: é impossível ter uma moeda com apenas uma
face. Quem quiser possuí-la, forçosamente terá a moeda com duas faces.
7. Sermos
claros e concisos, evitando as incongruências. Os Anjos não gostam de ouvir
bobagens. Nunca devemos cair no absurdo de brincar com orações, como, por
exemplo: "Senhor, dai-me paciência, mas a quero já"; nem de fazer
pedidos malucos como o de um marido que deseja que a esposa lhe seja fiel,
enquanto ele a trai com diversas amantes; nem de ter falsas atitudes como a de
um ladrão profissional que assiste à missa e comunga todos os dias antes de
iniciar sua jornada de "trabalho".
8. Finalmente,
é importante dar as graças. Isto fecha e conclui o ciclo. A ação de agradecer
consolida o favor obtido e nos confere título de propriedade sobre ele. Omitir
o agradecimento é deixar aberto um círculo, pelo qual a energia pode escapar
deixando efeitos indesejados.
Ousar - O passo
mais decisivo é ousar a abordagem de um tipo de comunicação e de relação
totalmente diferente. O primeiro passo é ousarmos pensar que, mesmo que nosso
sentidos não captem os Anjos, existe a possibilidade de que sejam uma realidade
e de que uma comunicação deles conosco é perfeitamente possível. Quem já possui
essa crença precisa evitar acreditar que se trata de algo próprio de sua
Religião. Não é assim. Estamos falando de uma realidade que supera e transcende
todas as religiões. Por isso é conveniente desprender-se de todo sentimento de
exclusividade religiosa. De imediato, devemos deixar de nos sentirmos
privilegiados porque professamos a "verdadeira" religião. Todas as
religiões são verdadeiras para seus seguidores e todas são falsas para os
demais. A crença que nossa religião é verdadeira e as demais falsas será apenas
um obstáculo no caminho do nosso progresso espiritual - e da nossa salvação -,
um obstáculo que, mais cedo ou mais tarde, teremos de eliminar.
Os que não
acreditam que os Anjos existem - e que eles desejam nos ajudar - deverão adotar
essa possibilidade como uma hipótese de trabalho, e pensar que se a existência
dos Anjos é real, essa realidade terá de ser muito mais forte que qualquer
bloqueio originado por sua incredulidade, e capaz de vencer tal bloqueio e de
manifestar-se, senão de uma maneira sensível - dadas as limitações dos nosso
sentidos -, com fatos, pois, no fim das contas, são esse que nos interessam.
Temos que nos atrever a iniciar uma comunicação com os anjos e lhes pedir
ajuda, porém mantendo a mente totalmente aberta, sem querer forçosamente
encurralá-los com nossas idéias preconcebidas.
"Peçam,
e lhes será dado! Procurem, e encontrarão! Batam, e abrirão a porta para vocês!
Pois todo aquele que pede, recebe; quem procura, acha; e a quem bate, a porta
será aberta. Quem de vocês dá ao filho uma pedra quando ele pede um
pão? (Mateus 7,7-9)
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