Se não
tivéssemos aprendido um pouco sobre a metamorfose das borboletas, sequer
poderíamos imaginar que o mesmo inseto que esvoaça entre flores, teria sido uma
asquerosa lagarta, que semanas antes estava se rastejando pelo mesmo jardim. Foi necessário interesse e maturação para se estudar o delicado comportamento
dessas lagartas, do contrário, teríamos emplacado no extermínio daquela
devoradora de plantas e erradicaríamos da natureza a beleza colorida, que
vivifica os bosques.Uma dedicação semelhante se faz necessária para cada um de
nós, quando a questão envolve vidas e comportamentos.
Como seria
fácil se para o nosso convívio diário – diante das divergências e na tentativa
de convencer alguém sobre uma determinada opinião –, pudéssemos inserir um
cartão de memória pré-programada, para obter os resultados esperados, como
fazemos em máquinas… ou ainda, não estando satisfeitos com as atitudes e
procedimentos de alguém, simplesmente cortássemos o contato com ele, como
podamos os ramos de uma árvore em nosso jardim.
Por diversas
vezes, já tivemos muita vontade de “abrir” a cabeça de alguém e fazer com que
entendesse o nosso pensamento para que vivesse a nossa vontade. Entretanto, bem
sabemos que diante de tais desafios, o desejo de tomar atitudes enérgicas,
muitas vezes apoiados na autoridade do nosso autoritarismo, quer, na verdade,
sufocar a “metamorfose na vida” daqueles que ainda precisarão atingir o
amadurecimento, como ocorre com as borboletas.
Quão
dedicado e bondoso é o nosso Deus que, percebendo os riscos que corremos diante
das nossas próprias atitudes, não lança mão de toda Sua poderosa autoridade,
prendendo-nos em lugar seguro, cortando nossas pernas, língua, olhos ou
qualquer outro membro que poderia nos fazer sucumbir a gestos, que não O
agradariam… Contudo, nada disso acontece pois Ele é incapaz de querer o nosso
mal e respeita a liberdade de cada um de Seus filhos.
Tendo como
modelo de comportamento Aquele que, desde o princípio, conhece a importância de
cada um de nós para compor a alegria do mundo, esforcemo- nos em acolher e
respeitar o tempo de transformação daqueles que nos rodeiam, entendendo que
para cada um foi dado um “colorido” especial.
Do mesmo
modo que posso vê-lo como “lagarta”, outros poderão me ver envolto num
“casulo”.
Por Dado Moura
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